Seminário Nacional discute auto-organização, garantia de direitos e combate à violência contra a mulher

O evento contou com a presença de mulheres de movimentos de moradia de 13 estados brasileiros e militantes de outras nacionalidades, além de representantes do governo de transição

Organizado pela Secretaria de Mulheres da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), aconteceu em São Paulo, nos dias 18, 19 e 20 de novembro, o Seminário Nacional das Mulheres, reunindo líderes de movimentos sociais de 12 Estados e, ainda, representantes da Argentina e Colômbia.

“O conhecimento de casos de violência contra as mulheres em casa, no campo e na cidade não é novidade para quem atua em defesa dos direitos. No entanto, o tema é ainda pouco conhecido, estudado e discutido com as próprias mulheres, seja na área urbana ou nas rurais, mantendo a invisibilidade desse problema social e dificultando sua inclusão nas políticas públicas”, afirma Graça Xavier, que integra a coordenação da UNMP e da Rede Mulher e Hábitat. “O momento dessa discussão não pode ser mais adiado. O momento é agora pois a moradia é a porta de entrada para todos os nossos direitos. ”  

Veja como foi a mesa de abertura:

As mulheres da UNMP

A União Nacional por Moradia Popular atua na luta pelo direito a moradia há mais de 30 anos, através do trabalho com grupos de base nos bairros, ocupações e favelas, articulados em movimentos regionais e municipais, que por sua vez se organizam em âmbito estadual. Os estados possuem representação em uma Coordenação Nacional. O mesmo se dá com as mulheres, organizadas em Secretarias Estaduais e Nacional. 

A Secretaria de Mulheres busca promover o acesso das mulheres à moradia digna e articular políticas para a efetivação de outros direitos, como segurança, saúde e educação. Neste contexto, a partir da ótica das mulheres que integram os movimentos de moradia, suas contribuições mediam a conquista de cidades mais justas e igualitárias.

Os motivos os quais estas mulheres dedicam horas de trabalho e deixam outras responsabilidades de lado para estarem em reuniões, debates, formações, ações de solidariedade e protestos é a própria experiência de vida, que as motiva a transformar suas realidades e a de seus pares. Não por acaso, a bandeira utilizada pela Secretaria Nacional de Mulheres da UNMP carrega a imagem de Ângela Davis, intelectual e ativista norte-americana conhecida mundialmente por sua luta anticapitalista, antirracista e feminista.

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