São Paulo – Integrantes da União dos Movimentos de Moradia (UMM) conseguiram marcar uma audiência com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM, rumo ao PSD). O compromisso, agendado para este sábado (2) para discutir a política de habitação do município, foi assegurado após um protesto na manhã desta terça-feira (25). O movimento afirma ser a primeira vez em que ativistas que lutam pelo direito à habitação terão um encontro do gênero com Kassab, no cargo desde 2006.
Cerca de 700 sem teto saíram do Teatro Municipal e permaneceram em frente à prefeitura, no Centro da cidade. Uma comissão foi recebida por representantes do Executivo municipal, entre elas Beth França, superintendente da Habitação da Secretaria Municipal, e membros da Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab).
“Nós decidimos realizar o ato de hoje quando tentamos falar com o representante da Cohab e não fomos recebidos”, justificou Sueli Lima da UMM e militante do Movimento de Moradia Central (MMC). A tentativa mencionada ocorreu no dia 28 de junho, quando um protesto também na região central da capital foi reprimido pela Guarda Civil Metropolitana (GCM), com uso de gás de pimenta e medidas consideradas abusivas pelos ativistas. “Durante a reunião (desta terça) discutimos nossa pauta e conseguimos agendar uma reunião”, disse Sueli. A audiência deste sábado está programada para às 17h.
Segundo Benedito Roberto Barbosa, o Dito, um dos coordenadores da UMM, os sem teto reivindicam uma política municipal de habitação que atenda as famílias de baixa-renda, especialmente as sem teto. Ele acusa a Secretaria de Habitação de demorar até dois anos para aprovar projetos de moradia popular, inclusive no programa Minha Casa, Minha Vida.
A falta de agilidade provoca, na visão de Dito, aumento no custo das obras e um desgaste para a comunidade que aguarda a habitação. Os movimentos exigem ainda o fim dos despejos que vem ocorrendo em várias regiões da cidade, como na região da avenida Água Espraiada, no Rodoanel e em Itaquera, por conta das obras da Copa de 2014. “Não queremos o ‘cheque despejo’ de R$ 5 mil ou cheques de R$ 300 por mês do auxílio-aluguel, porque só dura 30 meses. Queremos uma política permanente de habitação”, explica Dito.
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