Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Especulação Imobiliária, desprezo com meio ambiente, descaso dos governos e desmonte das políticas habitacionais, estão na raiz do desastre no litoral norte de São Paulo.
Essa tragédia tem raiz na especulação imobiliária e na exclusão territorial dos mais pobres: a elite e os especuladores ficaram com as melhores áreas dessas cidades, nos balneários e empurraram os trabalhadores, os mesmos que construíram como pedreiros e que servem em suas casas como empregados domésticos e domésticas e nos serviços para os turistas, para cima dos morros.
O resultado trágico está aí. Teve muito carrão de luxo alagado. Mas, mortes mesmo só entre os mais pobres.
Outra questão, é que, há anos, as elites especuladoras e os governos, vêm culpando os pobres pelas ocupações em áreas ambientais, quando elas e eles mesmos, são os maiores culpados e violadores do meio ambiente. Quem Ocupa, não tem Culpa!
Esta situação trágica atingiu seu ápice no desgoverno de Bolsonaro, que atacou o meio ambiente, não deu a mínima para os impactos das mudanças climáticas que nos últimos anos vêm provocando uma série de desastres desta natureza, deu as costas para as tragédias ambientais, paralisou os programas habitacionais, e ainda, cortou os recursos para intervenção nas áreas de risco.
Bolsonaro gastou muito com motociata, e deixou os Favelados e os Sem Teto em completo abandono.
É fato também, que muitos trabalhadores que perderam renda na pandemia acabaram por irem morar nestas regiões de risco.
A reunião de Lula com o governador de São Paulo, com o Prefeito de São Sebastião, outros políticos e entidades sociais, no litoral norte, com a promessa de moradias do Minha Casa, Minha Vida, para as famílias desabrigadas ou situação de risco é um bom começo para a solução do problema, mas é preciso mais!
Com certeza, será necessário pensar numa política nacional mais ampla, com participação popular e controle social dos movimentos populares sobre os recursos destinaodos à estas obras, com prevenção e atuação da Defesa Civil, do Ministério das Cidades, Ministério do Meio Ambiente, entre outros, propiciando treinamento dos moradores e intervenção nas encostas e morros, com urbanização e obras em áreas de risco para que as pessoas, em especial, as mais pobres e excluídas, possam viver em maior segurança e para que desastres como este, nesta e outras cidades, nunca mais ocorram, e se vierem a ocorrer, não resultem mais em mortes e tantos desabrigados.
São Paulo, 21 de fevereiro de 2023
União dos Movimentos de Moradia de São Paulo.
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