A pandemia e seus estragos na saúde e economia brasileira estão bem longe de acabar, mas governos, judiciário e proprietários de imóveis sem função social insistem em desabrigar famílias por todo o Brasil. São moradores de favelas, ocupações e loteamentos irregulares que têm sido removidos de suas moradias, muitas vezes com força policial, mesmo sem ter uma opção de local seguro para se abrigar e renda para pagar uma casa para viver.
Enquanto isso, as desigualdades vivenciadas por milhões de brasileiros que não tem seu direito à moradia respeitado estão cada vez mais gritantes. Mais de 13% da população está desempregada (IBGE 07/2020). Ao mesmo tempo, ao menos 6.500 famílias foram removidas durante a pandemia no Brasil até outubro deste ano, segundo levantamento feito pela Campanha Despejo Zero. Outras 54.303 estão sendo ameaçadas de despejo; 12.603 delas no estado de São Paulo.
Campanha Despejo Zero
Neste contexto, a campanha Despejo Zero, ação que visa a suspensão de qualquer atividade ou violação de direitos que tenha como finalidade desabrigar famílias e comunidades, vem avançando a partir de suas articulações de movimentos sociais e organizações junto à sociedade. O objetivo é resolver a situação de insegurança pela qual passam as famílias mais vulneráveis no que diz respeito à moradia.
Criada em julho deste ano por conta da pandemia, Despejo Zero vem fortalecendo o debate no país sobre o tema, pressionando os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para impedir reintegração de posse e remoções. Nas eleições, movimentos e organizações também tiveram um papel importante ao provocar candidatos de todo o país para assinar a carta compromisso da campanha, pela garantia do direito constitucional à moradia digna.
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