A pesquisa apontou, ainda, que a abertura desses loteamentos está intimamente relacionada aos poderes políticos, que muitas vezes são parte pessoalmente interessadas na expansão das cidades.
O artigo, que busca influenciar no debate sobre a revisão da lei de parcelamento do solo, foi divulgado no último encontro nacional da Anpur (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional), no fim de maio, em Florianópolis. A segunda fase pesquisa ainda está em andamento e deve ser concluída em janeiro de 2010.
O trabalho buscou bases empíricas para avaliar se ocorre de fato uma supervalorização no preço das terras rurais, quando ela passa a ser considerada de uso urbano, seguindo a expansão das cidades.
“Um dos diferenciais da pesquisa é estudar como se dá a expansão nas cidades médias e pequenas, que crescem com expansão urbana sobre áreas rurais, na contra-mão do debate sobre o urbano que vem se concentrando mais fortemente sobre áreas metropolitanas e cidades grandes, onde a valorização da terra dá-se também por processos de verticalização” afirma Paula Santoro.
As cidades estudadas foram Suzano, São Carlos e Catanduva, todas no interior de São Paulo, escolhidas por suas características distintas: formação metropolitana, diversidade na expansão periférica e a cultura da cana nas franjas urbanas, respectivamente.
A hipótese era a de que a valorização mais acelerada da terra acontecia quando ele tinha a mudança de uso rural para urbano. A investigação mostrou que, nos casos apurados, a valorização é muito diferente nos loteamentos estudados e variou de 60% a 360% considerando os dois primeiros anos de implantação do loteamento e diferentes tipos de loteamentos – mais rentável que diversas aplicações financeiras, embora não tenha conseguido estabelecer comparações com as outras fases do uso do terreno para comprovar a premissa.
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